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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Atividade de Literatura

SIMBOLISMO - folha de atividades
Turmas 2008, 2009, 2010. 

C. E. PROF. MURILO BRAGA
Aula de Literatura
Professor Guilherme.

A E I O U

Manhã de primavera. Quem não pensa
Em doce amor, e quem não amará?
Começa a vida. A luz do céu é imensa...
A adolescência é toda sonhos. A.

O luar erra nas almas. Continua
O mesmo sonho de oiro, a mesma fé.
Olhos que vemos sob a luz da lua...
A mocidade é toda lírios. E.

Descamba o sol nas púrpuras do ocaso.
As rosas morrem. Como é triste aqui!
O fado incerto, os vendavais do acaso...
Marulha o pranto pelas faces. I.

A noite tomba. O outono chega. As flores
Penderam murchas. Tudo, tudo é pó.
Não mais beijos de amor, não mais amores...
Ó sons de sinos a finados! O.

Abre-se a cova. Lutulenta e lenta,
A morte vem. Consoladora és tu!
Sudários rotos na mansão poeirenta...
Crânios e tíbias de defunto. U.

in: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1960, p. 506.

1. No poema A E I O U, as vogais que encerram cada uma das cinco estrofes são utilizadas não apenas para efeito de rima, mas para assumir valores simbólicos em relação às fases da vida do homem descritas em cada estrofe. Que estágios da vida são esses?

2. Além das vogais, a que outros elementos algumas das fases da vida estão associadas? Justifique com trechos do texto.

3. Nas três ultimas estrofes o “tom” do poema se altera. Explique em que consiste essa alteração.

4. Que palavras ou expressões são utilizadas para simbolizar essa mudança nas três ultimas estrofes?

5. Leia os seguintes versos:

Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava...
Na dolência velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
Em lânguida espiral que iluminava,
Brancas sonoridades de cascatas...
Tanta harmonia melancolizava.
(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas.Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.)

Assinale a alternativa que reúne as características simbolistas no texto:
a) Sinestesia, aliteração, sugestão.
b) Clareza, perfeição formal, objetividade.
c) Aliteração, objetividade, ritmo constante.
d) Perfeição formal, clareza, sinestesia.
e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia.

6. "Violões que choram" representa uma das criações de Cruz e Souza. Faça uma analise de suas figuras de linguagens e comente alguns versos.

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações a luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos Nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram,
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

E sons soturnos, suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas,
Noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

[...]

domingo, 8 de junho de 2014

Trabalho de produção textual


TRABALHO PARA O PRIMEIRO ANO: RESENHA CRÍTICA

    RESENHA: É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião.
   A título de comprovação, basta folhearmos algumas páginas de um jornal de grande circulação que lá ela se encontra. Trata-se de uma seção na qual existe toda uma programação relacionada a eventos cinematográficos, teatrais, shows artísticos, mostras culturais, passeios, dentre outros. Conjuntamente a esta, se encontra aquela direcionada para a crítica, cujo objetivo do emissor é descrever sobre o objeto cultural, podendo referir-se a um livro, filme, peça teatral, CD, entre outros, com vistas a estimular ou não o leitor a apreciá-lo.

Exemplos:

Resenha: Fala Sério, Amiga! - Thalita Rebouças
Livro: Fala Sério, Amiga!
Autora: Thalita Rebouças
Editora: Rocco

    Nesse livro continuamos com a Maria de Lourdes, ou melhor, a Malu e a cada ano de sua vida temos algumas situações que se passaram com ela e com suas amigas. O livro segue o mesmo padrão que os anteriores, em forma de crônicas que, à medida que a personagem vai ficando adolescente, as histórias vão aumentando.
   A Thalita havia me encantado por ser extremamente bem humorada e inovadora em suas crônicas. Nas entrevistas dela, quando lhe é perguntado o que a inspira a criar essas diversas tramas de seus livros, ela sempre responde que é ouvindo a conversa dos outros, seja no elevador, na fila de algum lugar, no consultório médico, enfim... As estórias que se têm nos livros podem ser as mesmas que você já passou, que sua mãe deve ter passado, que as suas primas vivenciaram e é por isso que a Thalita está aí, sempre fazendo sucesso com o seu público alvo.
    A narrativa dela é sempre bem leve e muito engraçada, Fala Sério, Amiga! é super indicado para aqueles dias de fins de semanas chuvosos em que você passa em casa, é um livro para você ler em um dia e se matar de rir de cada situação relatada pela Malu. Em pelo menos uma delas você irá se lembrar de algo parecido que tenha acontecido com você e irá rir mais ainda. Ótima pedida para quem quer uma leitura leve e rápida.


Agora é sua vez: Faça uma resenha crítica sobre a obra O FANTASMA DA ÓPERA, de Gaston Leroux. Entregue digitado ou manuscrito ao professor até o dia 27 de junho. Valor: 2 pontos para produção de texto, e sua resenha será encaminhada também à professora de Língua Portuguesa.


domingo, 6 de abril de 2014

TRABALHO PARA O PRIMEIRO ANO: TROVADORISMO.
Fonte: material Ético, Literatura, capítulo 2.



Olá, caro aluno!
Você responderá e entregará essas questões da seguinte forma: Copie-as e cole-as em uma página de Word e responda as perguntas. Coloque também um cabeçalho. Imprima e entregue na próxima aula, dia 11. É um "dever de casa" que vale uns pontinhos para você. Sue quiser, faça em dupla e coloque os dois nomes na mesma folha. 
Se não tiver como imprimir, escreva numa folha de papel almaço. 

1. A igreja, na Europa medieval, detinha todos os poderes, sociais, políticos, econômicos e até morais sobre o povo. Em reflexo a esse poder, comente sobre as manifestações artísticas dessa época.

2. No início da Idade Média não havia imprensa. Como eram publicados os livros?

3. Em que língua foram escritas as primeiras composições literárias de Portugal?

4. Por que, durante o trovadorismo, a poesia era conhecida como “cantiga”?

5. Descreva o sentimento do eu-lírico nas cantigas de amor.

6. Qual a diferença marcante entre a cantiga de amor e a cantiga de amigo?

7. Explique os dois tipos de cantigas satíricas, demonstrando suas características.


quinta-feira, 20 de março de 2014

LUXO

Crônica da Luxúria

O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticcelli

      Talvez você já tenha escutado de alguém frases parecidas com “Legal a reforma, esta casa ficou um luxo!” ou “você está lindo, está um luxo!” não é? A palavra “luxo” hoje em dia traz em si uma conotação de beleza, brilho, transcendência sobre o comum. Mas de onde vem essa simpatia pelo luxo, historicamente condenável em tantas crenças e filosofias, e que modernamente se desdobra para o encantamento do indivíduo com si mesmo, com o que faz e como quer que seja visto?
      Na igreja cristã, a luxúria é o pecado capital mais preocupante, uma vez que, pelo luxo, se descortinam outros crimes morais como vaidade, fetichismo, inveja e até morte. Em outras culturas temos esse estado vinculado a deuses como a grega Afrodite (a Vênus dos romanos), a egípcia Anuket e Tlazoltéotl, da mitologia asteca. Em Bhagavad Gita, livro religioso hindu, o Senhor Krishna disse: "É a luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita”. A história nos ensina conceitos muito negativos para o luxo. Acredito que hoje o luxo mistura-se conceitualmente com esplendor, cujo significado está mais para o magnífico, o brilhoso, o lindo.
      Encontrei em textos bíblicos referências ao luxo por meio do vocábulo concupiscência, cujo significado é justamente inclinação à luxúria, aos prazeres pecaminosos: “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” 1 João 2:16. Do que eu gostei e encontrei afinidade com o fenômeno das redes sociais foi “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” Tiago 1:14. Veja bem, “a sua própria concupiscência” é o sentimento de se parecer luxuoso que cada um de nós leva em nosso id – palavra latina que, em psicologia significa a parte da estrutura psíquica de onde provêm os impulsos instintivos, o princípio do prazer e o desejo impulsivo. É aquele desejo lá no íntimo de mostrar ao próximo que você está comendo uma comida mais cara que o normal, em férias numa linda praia, usando uma roupa elegante ou simplesmente, diante do espelho, mostrar o celular novo e caro. Lembrou agora as redes sociais?
       Luxo é, pois, inerente à existência humana. Não precisa ser rico para ser luxuoso, uma vez que a luxúria está muitas vezes na atitude, e não no status. Ninguém admite, nos conceitos apresentados, que vislumbra ser luxuoso. Prefere-se admitir que alcançou a prosperidade em algum aspecto. Criamos um pedestal para nós mesmos, admitindo ser uma vaidade “sadia”, autopromoção, a ideia de que “nascemos para brilhar”, e assim os espelhos se enchem de retratos efusivos. Nas minhas memórias de leitor, existe o famoso espelho que conversa com a malvada rainha, sendo questionado por ela: "Espelho, Espelho meu, existe no mundo alguém mais bela do que eu?". Esse conto é tão moderno que assusta. Grande abraço!

Professor Guilherme.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


O romantismo de se ensinar

          Semana passada, li um bom artigo da escritora Lia Luft para a revista Veja n0 41 da edição 2342, no qual demonstrava sua indignação com a mediocridade da educação brasileira nos dias de hoje.  Claro, quando você pensa em mediocridade na educação, vem à ponta da língua: educação pública.  Mas no tão realista e claro artigo, a escritora, que também esteve tantos anos em salas de aula, convida-nos a pensar sobre o que todos já estão vivenciando e deixando passar despercebido, que é o que chamo de inversão de prioridades. Nessa inversão, o foco da escola passa a ser, a priori, um espaço de socialização, lazer, namoro, passatempo, para depois ser lugar de estudo. E aí, cabem também as escolas privadas.
          A geração dos celulares com múltiplas funções e aplicativos – e, que coisa, telefonar mesmo é o que menos se faz! – tem nesses aparelhos um mundo de informações via satélite. No contraponto disso, o aproveitamento dessas informações é pífio para seu crescimento intelectual, uma vez que se tem apenas o trabalho de busca-las, mas não de pensar, de criticar, comparar. E vemos uma sociedade copista, que apenas reproduz conceitos e modismos, sem nem saber por quê.
          São já comuns as brincadeiras em redes sociais com pessoas que postam mensagens cujo cuidado gramatical é totalmente ignorado. Mensagens despreocupadas com as regras da língua escrita, sem a mínima ideia de que se está abandonando um dos maiores tesouros da nossa cultura, o nosso idioma. E o pior disso, é que esse abandono não é proposital, é por não saberem escrever mesmo. Imagine você, que centenas de alunos do ensino médio não conseguem escrever suas ideias numa página de caderno. Não têm noção da estrutura de um texto, pontuação, vocabulário, letra maiúscula! E digo mais, essa população de alunos chega a concluir o ensino médio e a entrar para a faculdade. Aí, a discussão é sobre os sistemas de ensino e critérios de aprovação.
          No processo em que Lia Luft aponta como “antieducação”, destacam-se ainda a indisciplina e a falta de apoio das famílias. Alunos que desacatam livremente seus professores, não trazem de casa nenhum princípio ou exemplo de respeito, hierarquia, ética. O descaso, portanto, vai além do ensino público. É geral, percebido por qualquer um que visite uma escola hoje. E nesse meio caótico, nós, professores, passamos mais tempo apartando brigas, chamando a atenção dos alunos, sendo agredidos verbalmente, lutando contra os celulares com músicas altas, gritarias, do que dando aula.

          Pois é. Ensinar deixou de ser romântico. Enquanto isso, pais mais preocupados com o capítulo da novela, com o resultado do futebol e ganhar dinheiro para o conforto do lar, não têm tempo para ouvir as lamúrias dos professores, pois a estes cabe mesmo é manter as crianças ocupadas até tocar o sinal da saída.

Professor Guilherme.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Revisando Clarice Lispector: CEST, 3o ano

Sobre Clarice Lispector

A contribuição da obra de Clarice Lispector na Literatura Brasileira está, sobretudo na produção de um romance introspectivo, raridade entre nossa produção literária. Para compreender sua produção literária, é necessário do leitor um preparo psicológico, já que um primeiro contato com a obra causa um estranhamento no leitor; superada essa primeira etapa, é possível reconhecer sua escrita indefinível, uma mistura de prosa, confissão, discursos internos e poesia.
Lispector escrevia para ficar livre de si mesma, para compreender a alma humana. Para ela, escolher a própria máscara é o primeiro gesto humano e solitário. Com uma personalidade intrigante, reconhecia o valor do mistério, do silêncio. Numa última entrevista concedida à determinada rede de TV, ela diz: “Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso”.

Fonte: http://www.infoescola.com

A seguir, dois vídeos garimpados da Internet.
No primeiro, uma reportagem: Beth Goulart apresenta o monólogo Simplesmente Eu, Clarice Lispector. A atriz fez a adaptação dos textos da escritora para a montagem e também assina a direção do espetáculo. 


Neste segundo vídeo, uma animação bem legal para "Perto do coração selvagem".





Quinhentismo e Barroco: CEST 1o ano

Barroco: a arte do conflito

      O Barroco foi a primeira escola literária que surgiu no Brasil, mesmo assim não deve ser considerado o início da literatura brasileira. Os textos encontrados no Brasil até o ano de 1600 são históricos (cartas, documentos, tratados e peças de catequese), os quais chamados de literatura informativa.
      No século XVII, o ser humano vive em conflito, atormentado por dúvidas existenciais, dividido entre uma postura racional e humanista e uma existência assombrada pela culpa religiosa. 
      Observe, por exemplo, a tela “O enterro do Conde de Orgaz”, de El Greco.


       Elementos como a presença de Jesus na parte central superior e logo abaixo Nossa Senhora observando um anjo que conduz uma criança – metaforicamente a alma do senhor Orgaz – sugerem tratar-se de uma pintura religiosa.
       Perceba também que há duas dimensões: uma terrestre, onde predomina o escuro, adequada para uma cena fúnebre, e outra celestial, com cores mais fortes e com uma luminosidade que emana da figura de Jesus. A presença do estilo barroco nesse jogo de contrastes é marcante. 
           A seguir, indico um vídeo bem legal para o aluno que quer revisar a matéria: https://www.youtube.com/watch?v=PYILDWC_PSI
Um abraço!
Professor Guilherme.