Seguidores

quinta-feira, 9 de agosto de 2012



   Como é bom estar vivo, né?


       Parecia uma repetição da manhã de 8 de setembro de 1992, em Natal, Rio Grande do Norte. Mas não era, e tampouco era uma farsa. Era 1994, e a Legião Urbana estava em Vitória, Espírito santo, para fazer o show de lançamento de O descobrimento do Brasil. Fazia outro lindo dia de sol. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá haviam saído para aproveitar a manhã numa fazenda nas vizinhanças da cidade. Na beira da piscina do hotel, o baixista Gian Fabra estava largado, lagarteando. Renato Russo acordou e desceu de seu quarto, com uma camisa de mangas compridas e um livro na mão. Sentou-se ao lado de Gian. Este nunca  havia visto à luz do dia. [...] Ficaram os dois ali, tranqüilos. Mas o dia estava tão bonito que Gian comentou com Renato: “Como é bom estar vivo, né?”.
      Naquele instante, ele teve certeza de que o outro estava gravemente doente. Sua expressão ficou tão triste que não deixava margem a dúvidas. Gian tinha sido convidado para participar da turnê em março, substituindo o falecido Tavinho Fialho. Nada sabia sobre o estado de saúde de Renato. Não fora informado sobre isso nem quando, algum tempo depois, alguém lhe dissera que, sim, Renato era soropositivo. Gian tinha ido checar a informação com dado, mas seu companheiro de peladas negara tudo, com veemência. Agora, sem querer, o próprio Renato confirmava tudo, sem ter dito uma palavra.
Fragmento da página 145-146 do livro “Renato Russo: o trovador solitário”, de Arthur Dapieve.

Responda:

1. O título do texto já antecipa, para o leitor, qual será o seu foco. Explique qual é esse foco e por que ele foi escolhido em relação à carreira de Renato Russo.
2. Arthur Dapieve escolhe a narração e não a exposição como recurso. De que maneira ele introduz o tema da doença no texto?
3. O uso da narrativa permite criar uma espécie de antítese entre um parágrafo e outro. Que antítese é essa? E por que essa estratégia é mais eficaz do que uma exposição mais objetiva?


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HQ é literatura?

Olá, Galera! Tirinhas como essa estão bombando no Facebook, né? Mas o que vocês sabem sobre a história dos quadrinhos? Como surgiram? Quem são os personagens mais famosos? E a famosa pergunta: História em quadrinhos é literatura? Bom, sabemos que é um gênero textual, que brinca com o jogos de linguagem verbal e linguagem não verbal, e que segue um padrão de sequência narrativa. 
Neste semestre vamos vivenciar o fantástico mundo dos quadrinhos na nossa escola. Tem projeto vindo aí. Fiquem atentos!
Abração!!!
Professor Guilherme.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Ler em voz alta


                                    Você ou seu filho só lê murmurando?
                                                                                                Professor Guilherme Bonotto

       É comum, nas aulas em que o professor pede que cada aluno leia em silêncio o texto do livro ou da apostila, que haja alguns que precisem – involuntariamente – pronunciar baixinho o que estão lendo.        Acontece assim também com adultos. Então, vem aquele outro coleguinha do lado e diz: “professor, manda ele (a) ficar quieto!” ou “professor, assim não consigo ler o meu”. Gente, explicarei de forma bem simples. Quando passamos pelo processo de alfabetização, nas séries ou ciclos iniciais, nossa leitura é alfabética, e nem sempre – comum – o aluno entende o que está lendo, pois a memória está focada na tarefa da decodificação. Com o tempo e treino, a decodificação é adquirida e a criança já consegue ter acesso ao significado. Daí em diante, o processo vai se aperfeiçoando, e a exposição gradual a textos faz a criança brincar e dar cambalhotas no maravilhoso campo da semântica.
    O processo de decodificação fonológica ( ler pronunciando o que está lendo ) é essencial para o desenvolvimento da leitura. É nessa fase, por exemplo, que o bom professor identifica a dislexia. Já escutei professora (calma, não era do CEST) dizendo “na minha aula, mando o aluno ler em voz alta para ver se está lendo bem, e corrijo as palavras que ele errar.” Na verdade, quem deve ser corrigida é essa professora, não é? A leitura em voz alta é um exercício fonológico, e não lexical. O aluno necessita de escutar os agrupamentos silábicos, as sílabas mais fortes, as mais fracas, os encontros vocálicos, consonantais e dígrafos. Imagine, nas séries iniciais, a criança estar atenta a tudo isso e uma professora dizer assim: “esse menino leu, mas não compreendeu a mensagem implícita no texto”! Claro, professora! Um estágio de cada vez.
      Então, meu caro amigo internauta, se há pessoas, que até mesmo grandes, pronunciam baixinho o que estão lendo, entre outros motivos, um deles é necessidade mesmo de escutar as palavras, uma herança lá das séries iniciais que ele não largou ainda por pouco ou deficiente treinamento que teve dos seus educadores.

Recomendo: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. D. S.: Transtornos da aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. ARTMED, Porto Alegre: 2006.
Recomendo também: www.psicologiaeaprendizagem.com.br      
 Até a próxima!
Professor Guilherme.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

AVALIAÇÃO

       O  final do bimestre já se anuncia, e, nesse período, os alunos começam a fazer suas "contas" para não ficar em recuperação - o que significa uma semana a menos do esperadíssimo recesso de julho. Recuperação, para nossos jovens, e na mente de muitos pais, denota "castigo", "relaxamento", "vingança de professor", no entanto, pouquíssimos alunos veem esse momento como uma releitura, um reforço, uma aplicação a mais para apreender aquele tópico da aula que passou despercebido ou não compreendido. O professor Cipriano Carlos Luckesi, em Avaliação da aprendizagem escolar - 13 ed. Cortez, 2002, p.43 - reforça sobre a prática da avaliação que " [...] terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos". Garantimos aos nossos jovens que todo trabalho, tarefa, toda participação efetiva que eles tenham nas aulas serão consideradas como critério de "reconhecimento dos caminhos percorridos",  e o julgo da aprovação neste primeiro semestre será pesando sempre a favor do que o aluno construiu nessa sua jornada. Aos meus alunos, não desejo boa sorte, mas BONS ESTUDOS! 
Grande abraço!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

REDAÇÃO NOSSA DE CADA DIA.

        Eu sei que aulas de redação têm aquela fama de "aula chata", que a professora convoca a turma para escrever sobre o tema - ou título - por ela mesma convenientemente escolhido. Pega-se um assunto "lugar comum" da tríade violência-adolescência-televisão, joga-se um título bem genérico - como se o aluno pensasse da mesma forma que a professora - e manda-se encher 30 linhas do caderno. "Você só fez 20? Tá errado! Perdeu ponto!" Com você já foi assim? Ora, com muitos de nós foi assim mesmo.
        Por isso, em nossas aulas, os temas escolhidos precisam ser atuais, cotidianos, ricos em pontos de vista e, claro, sempre debatidos coletivamente antes de cada produção individual. O que se explora nessas produções não é somente se o aluno sabe ou não escrever as palavras corretamente - aliás, em minhas aulas e até em avaliações é permitido o dicionário - mas também abre-se o espaço para que ele discorra sobre o que pensa, o que ele entende do mundo que o cerca, e que organize suas ideias em grupos de proposições - chamados de parágrafos. 
       Tudo o que informa, sob o ponto de vista genérico de linguagem, é um texto. Uma foto, uma pintura, um poema, uma placa de trânsito, sinais de libras, "posts" e mensagens de Facebook são exemplos. O texto, portanto, nas nossas aulas de redação, é tratado como veículo de socialização, e transformar pensamento em palavras é um exercício contagiante, emocionante, imperdível!
                                                                                                                                     Professor Guilherme. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

TRABALHO PARA O SÉTIMO ANO


Galera da 701: Vamos treinar o que aprendemos em aula? Classifique os verbos e, se houver, classifique também os objetos.

a) O vento refresca meu rosto.
b) Todos presenciaram o acontecimento.
c) Ninguém previa aquela situação.
d) O diretor já sabe das suas molecagens.
e) Precisamos de mais tempo.
f) O portão está pintado.
g) Todos falaram ao mesmo tempo.
h) Na presença de estranhos choraste?
i) Lutamos contra o mal.
j) Caminhávamos eu e ela de mãos dadas.
k) A cidade continuava deserta.
l) O vento arrancou o telhado da casa.
m) As crianças voltaram do passeio.
n) Desejo sucesso para os novos alunos.
o) Ventava muito naquela noite.
p) Confio em minha capacidade.
q) Anularam o gol?
r) No prato, a sopa esfria.
s) Eu sou forte!
t) Deus acompanhe vocês!
u) Seu Barriga cobrou o aluguel ao Seu Madruga.
v) Ela tornou-se bem atrevida!
w) Conseguiu alguma coisa?
x) Vendi meu apartamento para seu tio.
y) Não gosto da segunda-feira.
z) Muitas frutas havia naquele quintal. 

sábado, 2 de junho de 2012

Trabalho para o terceiro ano






A Lei de Terras de 1850

     Para os colonizadores portugueses, a terra era um bem que existia em abundância, embora só pudesse ser efetivamente ocupada se estivesse “livre” da presença indígena, os donos naturais da terra. A partir de 1500, o rei de Portugal, julgando-se dono da terra, passou a doá-la em forma de sesmarias a quem tivesse condições de explorá-la, geralmente pessoas das classes mais abastadas. Contudo, muitas vezes, após tentativas infrutíferas de ocupação, a terra era abandonada. Assim ela pertencia, de fato, a quem a ocupasse, isto é, ao chamado posseiro.
     Nos primeiros séculos da colonização, as disputas pela posse da terra ocorreram apenas entre os colonos e os indígenas, que foram sendo empurrados cada vez mais para o interior. Muitas terras conquistadas aos indígenas foram distribuídas em forma de sesmarias aos próprios bandeirantes, como pagamento de sua ação destruidora. Para os colonos pobres o acesso à terra só seria possível através da posse, ou seja, pela ocupação.
     Em 1822, foi suspensa a concessão de sesmarias e o direito dos posseiros foi reconhecido, caso as terras estivessem efetivamente cultivadas. Por um curto período, entre 1822 e 1850, a posse foi a única via de acesso à apropriação legítima das terras públicas. Era uma via que estava aberta tanto para os pequenos quanto para os grandes proprietários.
      Essa situação foi drasticamente modificada com a Lei de Terras, de 1850, que tornou a via da posse ilegal. Daí em diante as aquisições de terras públicas só poderiam ocorrer através da compra, ou seja, só poderiam ser adquiridas por aqueles que tivessem condições de pagar por elas. Essa lei ajuda a entender por que o Brasil possui uma extrema concentração de terra, latifúndios improdutivos e uma grande massa de excluídos, os trabalhadores sem terra.
      Um dos objetivos da Lei de Terras foi exatamente impedir que os imigrantes e os trabalhadores brancos pobres, negros libertos e mestiços tivessem acesso à terra. Seu efeito prático foi dificultar a formação de pequenos proprietários e liberar a mão-de-obra para os grandes fazendeiros. Dessa maneira, foi barrado o acesso à terra para a grande maioria do povo brasileiro, que sem opções migrou para os centros urbanos ou tornou-se bóia-fria. Outros continuaram no campo como posseiros, numa situação de ilegalidade, sem direito ao título de propriedade.
TRABALHO:
A questão da terra é assunto polêmico. Complete seus conhecimentos pesquisando em livros, jornais e sites  acerca de movimentos e disputas sobre a propriedade da terra no Brasil. Em seguida, pesquise resenhas sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano ramos. Seu trabalho será construir uma redação comparando o contexto das disputas agrárias com o enredo do romance.